CAPACITAÇÃO

Neumarkt vai capacitar colaboradores para atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista

23/09/2021 17:00:00

Neumarkt vai capacitar colaboradores para atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista

Com o propósito de possibilitar maior inclusão e acolhimento às pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), o Neumarkt Shopping vai promover na próxima segunda e terça-feira, dias 27 e 28, a capacitação e qualificação de todos os seus colaboradores. 

A capacitação é organizada em parceria com a AMA Blumenau – Associação de Pais e Amigos do Autista de Blumenau e Microrregião e a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC).

O treinamento prevê orientações sobre o espectro autista, as formas corretas de atendimento e abordagem às pessoas com o transtorno e ainda uma explanação sobre as leis e os direitos voltados aos autistas. 

O Treinamento de Capacitação e Qualificação ao Atendimento e Abordagem às Pessoas com TEA vai iniciar com uma apresentação da presidente da AMA Blumenau, Ana Paula Müller, sobre os sintomas do autismo e como eles se manifestam.

O objetivo é ajudar os colaboradores do shopping a identificar uma criança autista, a reconhecer o que pode desencadear comportamentos inadequados e  a entender a percepção das famílias. 

A ideia do projeto partiu de uma sugestão do vice-presidente da AMA Blumenau, o Tenente-Coronel da PM de Santa Catarina, Adair Alexandre Pimentel.

LEIS E ABORDAGEM

No treinamento, o Tenente-Coronel será o responsável pelas orientações a respeito dos direitos dos autistas e das principais leis, junto aos advogados da AMA, Thiago Pamplona da Silva Muller e Alexandre de Albuquerque Loureiro. 

Além disso, a apresentação organizada com o apoio de Nicolle Mattos Corrêa, analista do Minis"tério Público de Santa Catarina, vai falar de questões práticas como a carteira de identificação do autista e a dispensa do uso de máscara.

Já o aspecto da abordagem às pessoas com o TEA será apresentado pelo Major Sami de Medeiros Sartor, da PMSC, que vai explicar os procedimentos corretos aos colaboradores do Neumarkt Shopping e também ao efetivo de 12 Oficiais da PM das cidades de Blumenau, Balneário Camboriú, Criciúma, São José e Joinville, que irão replicar o mesmo treinamento aos colaboradores dos demais shoppings da Almeida Junior.

A Instrução Continuada de como abordar pessoas com o TEA, validada pela AMA, é similar a de outros estados do país, como São Paulo, e está em implementação em Santa Catarina.

Pai de Pedro, 6 anos, diagnosticado com autismo moderado, o Tenente-Coronel  Pimentel acredita que a iniciativa servirá como um exemplo para outras empresas do segmento:

“Nós, da comunidade autista, estamos muito contentes em saber que o shopping terá colaboradores capacitados para atender pessoas com autismo. Com certeza, eles sairão com uma visão muito diferente e positiva do autista, e estarão bem preparados para identificá-los e abordá-los da maneira adequada”.

“Os autistas são equiparados às pessoas com deficiência, que têm por exemplo direitos a atendimentos prioritários, como caixas específicos para eles e seus acompanhantes e vagas de estacionamento identificadas, que o Neumarkt já providenciou”. 

De acordo com a presidente da AMA Blumenau, Ana Paula Müller, uma das principais dificuldades da família do autista é sair de casa e manter o convívio social:

“Muitas vezes, a primeira coisa que elas cortam são os passeios. E isso é o oposto do que incentivamos durante o tratamento, que é justamente proporcionar às crianças momentos de lazer e convivência social".

"Porém, a maioria dos pais nos relata que quando saem o maior medo deles é o olhar de julgamento. Eles sabem como conter uma crise, mas o que acontece em volta, o que as pessoas falam e como julgam é o que dificulta a saída”. 

Segundo Ana Paula,  que trabalha com autismo há 21 anos. os autistas são muito sensíveis ao excesso de estímulos sensoriais, muito comuns em lugares como o shopping center, por exemplo:

“Nesses passeios podem acontecer situações estressantes porque os autistas se incomodam muito com barulho, luzes e lugares cheios".

"Porém, tudo que é difícil tem que ser feito mais vezes, eles têm que ser treinados. Se as famílias se sentirem acolhidas pelas pessoas que estão ao redor vão se sentir mais seguras para sair de casa, sem aquele receio de passar por situações constrangedoras”.

“Esse treinamento junto aos colaboradores vai tornar as coisas mais fáceis para toda uma classe de pessoas e, com certeza, vai fazer uma grande diferença para as famílias de autistas”.