O Congresso Técnico Portos & Costas Brasil 2025 confirmou-se como um dos principais fóruns técnicos do país voltados à infraestrutura portuária, costeira e aquaviária.

Realizado em Itajaí, o evento reuniu mais de 200 especialistas de diversos estados e contou com a participação de renomados palestrantes, consolidando sua relevância no cenário nacional.

O planejamento para a edição 2027 já iniciou.

Durante dois dias de intensa programação, foram apresentadas 24 palestras técnicas distribuídas em seis painéis temáticos — infraestrutura portuária; navegação e hidrovias; engenharia e processos costeiros; dragagem; meio ambiente e sustentabilidade; e marinas e cruzeiros — além de quatro palestras institucionais.

De caráter bienal, o congresso promoveu um espaço de integração entre conhecimento técnico, negócios e políticas públicas, reafirmando seu papel estratégico para o desenvolvimento da infraestrutura do transporte nacional.

DEBATES TÉCNICOS E INOVAÇÃO 

As discussões refletiram o dinamismo do setor marítimo-portuário.

O painel de dragagem ganhou destaque com soluções apresentadas por empresas globais como Van Oord e Royal IHC, além da Autoridade Portuária de Santos e da VLI.

Os debates abordaram também os desafios da descarbonização e a necessidade de tecnologias verdes para dragagens mais sustentáveis.

No painel de infraestrutura portuária, a Secretaria Nacional de Portos anunciou R$ 96,7 bilhões em investimentos até 2030, sendo R$ 5,3 bilhões destinados a Santa Catarina — incluindo a dragagem do canal da Baía da Babitonga, em Itapoá, e a concessão do Porto de Itajaí.

Projetos de grande porte, como o Túnel Santos-Guarujá (estimado em R$ 6,8 bilhões), ilustram o novo ciclo de expansão portuária nacional.

Também foram apresentados cases da Portonave, da Carioca Engenharia, da VPorts e da Wosniak Engenharia, reforçando o papel do investimento privado na modernização dos terminais.

A eficiência portuária e a dragagem, essenciais para a competitividade e a navegabilidade, foram temas centrais do painel moderado por Eduardo Aoun Tannuri, professor da Escola Politécnica da USP e diretor do Tanque de Provas Numérico (TPN-USP).

O especialista abordou metodologias para comboios e empurradores, PPPs de travessias e os principais desafios da infraestrutura hidroviária brasileira.

A Jan De Nul, referência mundial em obras portuárias, em particular dragagens, apresentou — por meio de Ricardo Delfim — uma visão técnica sobre os desafios e potencialidades das hidrovias, com foco em soluções de engenharia que ampliem a eficiência e a sustentabilidade do transporte aquaviário.

Representando o Porto de São Francisco do Sul, Guilherme Medeiros detalhou a dragagem da Baía da Babitonga, iniciada em outubro de 2025 — a maior obra do tipo no país.

Com investimento de R$ 300 milhões, o projeto permitirá a operação de navios de até 366 metros, tornando o complexo portuário catarinense o primeiro do Brasil apto a receber embarcações desse porte com carga máxima.

O painel dedicado a marinas e cruzeiros destacou o crescimento do turismo náutico, que movimentou R$ 5,2 bilhões na temporada 2024/25.

Especialistas enfatizaram o potencial do Brasil no cenário internacional e os desafios para ampliar a infraestrutura, como a criação de um terminal definitivo em Paranaguá e o fortalecimento das marinas enquanto polos regionais de desenvolvimento econômico e turístico.

CONSOLIDAÇÃO E FUTURO

Para nomes como Pedro Pereira (UFSC) e o ambientalista Sérgio Estima, o Portos & Costas Brasil já se consolida como referência nacional em inteligência portuária e engenharia costeira.

O Terminal Investment Limited (TiL Group), patrocinador master e operador de cerca de 70 terminais em cinco continentes, participou com duas apresentações: o case da Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes, conduzido pelo superintendente do terminal,

Osmari de Castilho Ribas, e a palestra “Portos como Vetores de Crescimento: O Papel do Investimento Privado”, ministrada por Eliezer da Costa Giroux, diretor de Relações Governamentais e Institucionais do grupo.

Com esse histórico, a edição de 2025 consolidou o Portos & Costas Brasil como vitrine de inovação e espaço de convergência entre o setor público, a academia e a iniciativa privada.

A próxima edição já está em planejamento, reafirmando a vocação do congresso como catalisador de ideias, negócios e estratégias para o futuro da infraestrutura portuária, costeira e aquaviária no Brasil.

O evento contou com patrocínio de TiL Group, SK Ambiental, ArcelorMittal, HidroMares, Jan De Nul, Van Oord, Carioca Engenharia, VPorts, Royal IHC, Graf Consulting e Wosniak Engenharia, além do apoio institucional do Ministério de Portos e Aeroportos, Antaq, PIANC, ATP, ABEPH, ABTRA, Acatmar, CREA-SC, FIESC, ABDIB, ABTL, Governo de Santa Catarina e Prefeitura de Itajaí.

Mauricio Torronteguy, idealizador do evento, diz:

“Reunimos especialistas da academia, órgãos públicos e empresas privadas para discutir soluções concretas e estratégicas para o setor. Isso posiciona o Portos & Costas entre os principais congressos técnicos do Brasil”.

O Capitão dos Portos de Santa Catarina, Cristian Modesto de Rezende, reforçou:

“Iniciativas como esta contribuem para o fortalecimento do setor e precisam ser enaltecidas”.

A diretora de Sustentabilidade do Ministério de Portos e Aeroportos, Larissa Amorim, palestrante no evento, destacou as mudanças na legislação ambiental e os marcos regulatórios:

“É uma troca muito rica, que conecta academia, consultorias e órgãos ambientais em torno de pautas essenciais, como descarbonização e proteção da fauna”.

Gabriel Paschoal, consultor técnico-comercial da HidroMares, diz:

“O congresso tem um viés técnico muito interessante, aproximando empresas de clientes e áreas que demandam soluções meteo-oceanográficas”.

Eliezer da Costa Giroux comentou:

“A participação da TiL em eventos como o Portos & Costas Brasil reforça o compromisso do grupo com o desenvolvimento sustentável e eficiente da infraestrutura portuária no país”.

“Estar presente em fóruns como esse é uma oportunidade de compartilhar experiências globais, compreender desafios locais e colaborar em soluções que garantam maior eficiência operacional, segurança e inovação no ambiente portuário brasileiro”.