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Engenharia costeira busca equilíbrio com a natureza

05/08/2025 12:30:00

Engenharia costeira busca equilíbrio com a natureza

A engenharia e os processos costeiros no Brasil enfrentam desafios cada vez mais complexos, pressionados pela urbanização acelerada, pela erosão das praias e pela necessidade urgente de adaptação às mudanças climáticas.

A dinâmica costeira é moldada por forças naturais — como ondas, correntes, marés e ventos — mas também sofre fortes impactos das ações humanas, como a construção de estruturas na orla e a remoção de sedimentos.

Nesse contexto, ganha relevância a engenharia costeira, área dedicada ao desenvolvimento de soluções para proteger o litoral contra a erosão, gerenciar inundações, viabilizar o desenvolvimento aquaviário e propor estratégias de adaptação à nova realidade climática.

O tema será amplamente discutido durante a próxima edição do evento técnico Portos & Costas Brasil, em painel moderado pelo oceanólogo e doutor em Oceanografia Física, Química e Geológica, Pedro de Souza Pereira, professor, pesquisador e coordenador do programa de pós-graduação em Oceanografia da UFSC.

O pesquisador pontua que o litoral brasileiro é caracterizado por processos simultâneos de erosão e progradação, recuo e avanço da linha de costa, respectivamente, influenciados por fenômenos naturais e, cada vez mais, pela ação humana.

A urbanização desordenada, a construção de obras na orla, a extração de areia e a poluição aceleram a degradação dos ecossistemas e aumentam os riscos.

Esses impactos são potencializados pelas mudanças climáticas, que elevam o nível do mar e intensificam a frequência de eventos extremos.

O Portos & Costas Brasil 2025 acontece nos dias 22 e 23 de setembro, no Riviera Convention Center, na Praia Brava, em Itajaí, e é considerado um dos mais relevantes encontros técnicos sobre infraestrutura portuária e costeira do país.

A programação contará com palestrantes, painelistas e mediadores de renome nacional nas áreas de infraestrutura portuária, dragagem, navegação e hidrovias, engenharia e processos costeiros, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, além de marinas e cruzeiros.

Para saber mais e fazer a inscrição acesse portosecostas.com.br/.

Pedro Pereira observa: 

“Como mediador, pretendo proporcionar um espaço de debate técnico e atualizado”.

"Há muito a ser feito na relação entre os portos brasileiros e as técnicas modernas de engenharia e monitoramento dos processos costeiros”.

Ele destaca que os avanços na capacidade de processamento computacional vêm impulsionando inovações nas simulações numéricas e no tratamento de dados:

“Ao mesmo tempo em que a indústria naval global expande seus limites, essa combinação tecnológica favorece o desenvolvimento da engenharia costeira e portuária”.

Outra abordagem defendida por Pereira é a integração da natureza como solução para os desafios costeiros:

“O conceito de construir com a natureza representa bem essa tendência, unindo engenharia e sustentabilidade”.

"Ainda estamos engatinhando no Brasil, mas temos muito a aprender com os acertos e erros de outros países — e capacidade de avançar rapidamente".

O oceanólogo Mauricio Torronteguy, idealizador do evento e diretor da consultoria MTCN, explica: 

“Entre as práticas mais comuns para a proteção costeira estão a construção de quebra-mares, espigões e muros de contenção”.

"No entanto, iniciativas mais sustentáveis têm ganho espaço visando a proteção e mesmo a restauração de ecossistemas costeiros”.

"O grande desafio é conciliar a proteção da costa com a preservação ambiental”.

“Além dos painéis e debates de alto nível técnico, essa terceira edição também proporcionará aos participantes, em dois dias de imersão, uma oportunidade única de troca de conhecimentos, networking e geração de negócios”.