Expandir uma marca para novos mercados vai muito além de simplesmente estabelecer operações em outros países.

O verdadeiro desafio está em criar conexões autênticas com diferentes culturas, garantindo que a marca preserve sua essência enquanto se adapta às particularidades locais. 

Esse é o princípio do branding global: encontrar o ponto ideal entre coerência e adaptação cultural.

Para se destacar no cenário internacional, é fundamental construir uma identidade forte e autêntica, que dialogue com os valores locais sem comprometer seus pilares essenciais. 

Filipe Gallotti, CEO da FIGA Biz – Escritório de Negócios, explica que empresas como Starbucks e McDonald’s são exemplos de marcas que conseguem equilibrar tradição e inovação ao ajustar suas estratégias para atender às expectativas regionais. 

No Brasil, por exemplo, o McDonald’s adotou o nome Méqui, aproximando-se do consumidor por meio de uma linguagem culturalmente relevante.

No entanto, a internacionalização de marcas traz desafios significativos. 

Diferenças culturais e linguísticas podem alterar completamente o impacto de uma mensagem. 

Gallotti comenta que um caso clássico é o da Pepsi, que enfrentou problemas com a tradução de seu slogan na China. 

O original Pepsi brings you back to life (“Pepsi traz você de volta à vida”) foi traduzido para o mandarim de forma equivocada, passando a mensagem de que a bebida “trazia os ancestrais de volta à vida” — algo considerado inapropriado e desrespeitoso dentro da cultura chinesa. 

Além disso, regulamentações locais podem impor restrições à comunicação e ao posicionamento da marca, exigindo um planejamento cuidadoso para garantir conformidade e transparência.

Outro aspecto central do branding global é o modelo “glocal”, que combina uma visão global com adaptações regionais personalizadas. 

Empresas que falham nessa personalização correm o risco de não criar conexões emocionais com seu público local. 

Ao mesmo tempo, proteger a identidade da marca internacionalmente é fundamental para evitar disputas legais e manter os investimentos seguros.

Para superar esses desafios, estratégias bem estruturadas são indispensáveis. 

O primeiro passo é uma pesquisa aprofundada sobre as preferências culturais e o cenário competitivo de cada mercado. 

Além disso, investir em storytelling localizado pode fortalecer o vínculo com os consumidores. 

Mais do que traduzir mensagens, é essencial contar histórias que reflitam os valores e a realidade local. 

O Airbnb, por exemplo, utiliza narrativas regionais para criar conexões autênticas com seus usuários.

Ferramentas como manuais de identidade visual e plataformas de gestão de ativos ajudam a manter a coerência da marca em diferentes mercados. 

Parcerias com influenciadores locais também podem ser uma estratégia valiosa, tornando a comunicação mais genuína e aumentando o engajamento.

Filipe Gallotti comenta: 

“Construir uma marca global não é apenas uma questão de estratégia; exige sensibilidade cultural, visão de longo prazo e um compromisso contínuo com a adaptação e a inovação“.

”Quando bem executado, o branding global amplia o alcance e a relevância da marca, consolidando sua conexão com públicos diversos ao redor do mundo.”