O Porto de Imbituba encerra 2025 como um dos principais motores da logística catarinense, impulsionado por avanços estruturais, modernização tecnológica e resultados operacionais expressivos.

Um dos grandes marcos do ano foi a autorização estratégica concedida pela Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de Santa Catarina, permitindo a realização de 40 manobras experimentais com navios porta-contêineres de até 366 metros de LOA (sigla para Length Overall, expressão em inglês que significa Comprimento Total da embarcação).

Com isso, o porto passa a operar em um novo patamar de competitividade, apto a receber embarcações de grande porte que ampliam de forma significativa sua inserção nos principais corredores logísticos internacionais.

O ano também é marcado pelo início do maior ciclo de obras e projetos de expansão da história do complexo portuário.

O Cais 3, que recebe investimentos públicos totais de mais de R$ 115 milhões, passa por sua mais ampla intervenção desde 1979, ano de início de sua operação.

As obras, que incluem recuperação e reforço, ampliação estrutural, instalação de colunas de contenção e construção de dolfins (estrutura marítima, geralmente feita de concreto armado ou aço, instalada próxima aos berços nos portos) de atracação e de amarração, contam com investimentos de R$ 91 milhões.

Essas intervenções aumentarão o comprimento do Cais 3, que atualmente possui 200 metros operacionais, para 335 metros operacionais.

A intervenção já está em execução e, como acréscimo, será contratada, em 2026, a dragagem e a derrocagem para o aprofundamento do Cais 3.

A concretização do aprofundamento deverá ocorrer durante a paralisação das operações do Cais 3, entre dezembro de 2026 e março de 2027.

Paralelamente, o Cais 2 avança na instalação de um novo dolfim de amarração, que, junto à derrocagem no Cais 1, somam investimentos públicos na ordem de R$ 15 milhões.

Tais obras permitirão que os dois berços atendam até quatro navios simultaneamente.

O Cais 1, por sua vez, segue com obras de ampliação da área de acostagem, previstas para elevar a profundidade para 15 metros, e, após a construção do dolfim do Cais 2, que possibilitará a atracação simultânea de até quatro navios, o conjunto das intervenções ampliará a eficiência operacional do complexo.

Complementando esse ciclo de avanços institucionais (dolfins, derrocagem, dragagem, drenagem, recuperação do molhe de abrigo, portarias e outros investimentos) e expansão das conexões marítimas, o porto de Imbituba prevê mais de R$ 300 milhões em investimentos públicos.

Outro avanço institucional relevante foi a assinatura do novo Convênio de Delegação entre União, Estado e SCPAR Porto de Imbituba, oficializando a unificação das administrações e da exploração dos portos de Imbituba e Laguna pelos próximos 25 anos.

A medida fortalece a governança portuária catarinense e cria novas sinergias operacionais.

No campo logístico, a autoridade portuária adicionou a linha marítima semanal Puma ao seu portfólio, que se soma às rotas Brazex e ALCT-2 e fortalece a conexão entre Uruguai, Nordeste brasileiro e mercados da Ásia, ampliando o fluxo de cargas de maior valor agregado.

MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA E MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS 

A modernização tecnológica também avançou com a inauguração do novo datacenter do porto, um investimento de R$ 8,5 milhões que integra soluções digitais de última geração, expande a capacidade de armazenamento e processamento de dados em tempo real e reforça a conectividade entre empresas e operadores que atuam no complexo portuário.

Do ponto de vista operacional, Imbituba registrou desempenho acima das expectativas.

Entre janeiro e outubro, foram movimentadas 6,17 milhões de toneladas e realizadas 268 atracações, com destaque para outubro, o mês mais movimentado do ano, com 714,7 mil toneladas e 27 navios atendidos.

As exportações somaram 2,53 milhões de toneladas, puxadas por coque calcinado, coque não calcinado e farelo de milho.

Já as importações chegaram a 2,86 milhões de toneladas, aumento de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024, com destaque para as cargas de hulha betuminosa, sal e insumos industriais.

A cabotagem também cresceu, totalizando 547,3 mil toneladas embarcadas e 136,8 mil desembarcadas, enquanto o transbordo registrou salto expressivo de 113,1% em comparação ao ano anterior.

Os granéis sólidos permaneceram como principal segmento, representando 77,8% da movimentação, e a carga conteinerizada respondeu por 17,3%, ultrapassando 1,06 milhão de toneladas.

No comércio exterior, o porto movimentou mais de US$ 1,44 bilhão no acumulado, reafirmando seu papel estratégico para a balança comercial de Santa Catarina.

Além dos números, o Porto de Imbituba aprofundou sua relação com a comunidade.

Mais de R$ 170 mil foram destinados a entidades locais por meio das quatro edições (2022 a 2025) do Arraiá do Porto, enquanto mais de 8 mil visitantes participaram do programa “Porto de Portas Abertas”, desde o início do projeto.

Somados, cultura, esporte e projetos sociais receberam cerca de 700 mil reais em investimentos ao longo deste ano.

Com perspectivas de ultrapassar a marca de 7 milhões de toneladas no ano e com importantes projetos estruturantes em andamento, Imbituba encerra 2025 fortalecida e preparada para um novo ciclo de crescimento, inovação e integração logística no Sul do Brasil.

O secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins, comenta:

”Os resultados refletem uma operação disciplinada, equipes altamente qualificadas e investimentos que modernizam todo o complexo portuário, ampliando a competitividade e a sustentabilidade das operações”.

O diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba, Christiano Lopes, reforça:

“Os resultados de Imbituba comprovam que Santa Catarina está colhendo os frutos de um planejamento sério, de uma governança alinhada e de investimentos que priorizam eficiência e tecnologia”.

“O Porto de Imbituba tem se consolidado como um ativo estratégico para o Estado, gerando competitividade para nossa indústria, fortalecendo o agronegócio e ampliando nossa presença nos mercados internacionais”.

“O desempenho de 2025 reafirma que estamos no caminho certo para transformar a infraestrutura logística catarinense em referência nacional”.