INDÚSTRIA

Santa Catarina e Minas Gerais avançam na indústria de alimentos e desafiam hegemonia de São Paulo no setor

20/08/2025 09:30:00

Santa Catarina e Minas Gerais avançam na indústria de alimentos e desafiam hegemonia de São Paulo no setor

Historicamente, São Paulo é o principal polo tecnológico do Brasil, o que se reflete em diversos setores da economia.

Esse protagonismo também se aplica à indústria de alimentos e bebidas, mas outros estados começam a ganhar espaço, com destaque para Santa Catarina e Minas Gerais.

Juntos, esses dois estados concentram cerca de 10% das empresas que atuam no setor.

Os dados são de uma pesquisa de mercado realizada com 146 empresários da indústria alimentícia, conduzida em parceria entre a Food Connection e a FISPAL Tecnologia.

Embora ainda estejam atrás de São Paulo em desempenho, os resultados apontam para um cenário de descentralização nos próximos anos, impulsionado pelas inovações tecnológicas previstas para o setor.

SÃO PAULO LIDERA, MAS OUTROS ESTADOS GANHAM ESPAÇO 

São Paulo continua com ampla liderança na adoção de tecnologia na indústria de alimentos, reunindo 67% das empresas do setor.

Esse volume favorece a implementação de inovações como automação e inteligência artificial.

O estado também se destaca pelo maior acesso a recursos e infraestrutura, o que permite escalar soluções tecnológicas com mais agilidade.

Esse ambiente atrai investimentos e contribui para a qualificação da mão de obra.

Apesar do domínio paulista, outros estados começam a avançar, mesmo que em menor escala.

Santa Catarina já abriga 6% das empresas do setor, enquanto Minas Gerais concentra 4% dos negócios.

Embora as participações ainda sejam modestas, esses locais têm investido em polos de inovação e recebido apoio institucional.

Dessa forma, o movimento reforça o surgimento de novos centros regionais de transformação tecnológica.

Além disso, a maior parte das empresas continua localizada nas regiões Sul e Sudeste.

No entanto, o crescimento fora de São Paulo aponta para um futuro mais distribuído em termos de inovação no setor.

INVESTIMENTOS AINDA SÃO LIMITADOS NO CENÁRIO NACIONAL 

Apesar dos avanços, os investimentos em inteligência artificial na indústria de alimentos e bebidas seguem tímidos.

Cerca de 38% das empresas pretendem aplicar até R$ 100 mil em soluções tecnológicas nos próximos anos.

Outros 30% projetam aportes entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão, enquanto apenas 12% planejam investir valores acima desse patamar.

Além disso, 18% das companhias ainda não definiram qualquer orçamento para esse tipo de inovação.

Grande parte do setor é formada por micro e pequenas indústrias, com recursos limitados e foco em decisões estratégicas pontuais.

Esse perfil influencia diretamente a capacidade de investimento em novas tecnologias.

Mesmo com essas limitações, quase 40% das empresas já iniciaram o uso de soluções baseadas em inteligência artificial.

Muitas ainda estão em fase de testes, aplicando as ferramentas em áreas específicas da operação.

O crescimento tende a ser gradual e dependerá do acesso a incentivos, da capacitação técnica e de condições estruturais mais favoráveis.

Ainda assim, o cenário é otimista, desde que haja planejamento para que a inovação alcance todo o setor.