Desde que o governo federal propôs medidas para controlar o que chama de déficit da Previdência, a classe trabalhadora do país está engajada no sentido de barrar a já mal afamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Nº 287. Vários são os direitos adquiridos ao longo de décadas pelos trabalhadores urbanos e rurais que o governo planeja riscá-los do papel.

Na região, esta semana pelo menos três municípios se mobilizaram. Na segunda-feira, as Câmaras de Vereadores de Turvo e Morro Grande receberam os presidentes dos STRs (Sindicatos dos Trabalhadores Rurais), respectivamente, Davide Tomazi Tomaz e Paulino Saccon. Na terça-feira, foi a vez do presidente do STR de Meleiro, Antoninho Dal Molin Netto também utilizar o espaço do Poder Legislativo local para expor o tema. Nos próximos dias, Valdir Barbosa de Oliveira, presidente do STR de Jacinto Machado, da mesma forma, reunirá a população de seu município para falar sobre o assunto e pedir empenho da classe política no sentido de barrar a proposta.

Turvo

Com a participação de dezenas de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Turvo e Ermo, a questão foi debatida em Turvo. A proposta promove uma ampla e nefasta reforma na Previdência Social. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Turvo, Davide Tomazi Tomaz, a aprovação da PEC vai retirar diretos dos trabalhadores. Os atos que serão organizados em toda região, visam denunciar à população o impacto que a PEC 287 trará para o conjunto da classe trabalhadora, especialmente para o trabalhador e trabalhadora do campo, que enfrentam condições adversas de trabalho.

De acordo com Davide, a nova regra iguala e aumenta de 55 anos (mulheres) e 60 anos (homens) para 65 anos a idade mínima para o trabalhador e a trabalhadora rural se aposentarem. A mudança também estabelece a obrigatoriedade de uma contribuição individual, tendo renda ou não da agricultura, ignorando as variações sazonais. Atualmente essa contribuição é feita de forma indireta por meio da comercialização da produção e da comprovação na atividade rural, levando em consideração as condições da safra.

"É agora ou nunca. Temos que aniquilar esse governo ilegítimo que veio para retirar direitos de nosso povo. Não podemos mais ficar calados. Não é o primeiro nem o último ataque que ele promove contra a classe trabalhadora. Por isso fazemos esse chamado para avisar que não aceitaremos nenhum direito a menos", convocou o dirigente.

Morro Grande

Paulino Saccon, que preside o Sindicato dos Trabalhadores Rurais morrograndense pediu a ajuda dos vereadores para que se mobilizem pela causa. "Não são somente os trabalhadores rurais não. Todos os trabalhadores serão afetados e perderão muito com isso.", disse ele.

Jacinto Machado

Em meio a ligações com seus associados, o presidente do STR de Jacinto Machado, Valdir Barbosa de Oliveira atendeu à nossa reportagem. "Quem produz grande parte do alimento que todo brasileiro consome e exporta para o mundo, não pode ser penalizado com a reforma da Previdência Social.", declara.

Meleiro

Depois da sessão ordinária da Câmara de Vereadores meleirense, o comandante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município conclamou todos os presentes para entrar na luta de conscientização do cidadão brasileiro sobre o assunto. "Se ficarmos quietos, eles vão aprovar e deu. Agora, se nos mexermos, e firmarmos posição no sentido contrário à essa PEC 287, aí sim, garanto que não haverá político nesse país com coragem de ser favorável à esta proposta.", colocou.

Com informações do Jornal do Turvo