A importação de leite em pó do Uruguai tem contribuído para tumultuar o mercado doméstico e baixar o preço do leite no mercado interno.

Seguindo o cenário de queda, nesta semana o Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite) anunciou a redução  de 5,6% no valores de referência para este mês de outubro, resultando em uma diminuição de cinco a sete centavos por litro sobre os preços do mês anterior.

Dessa forma, o valor do leite acima do padrão recua sete centavos e fica em R$ 1,1990 por litro. O leite padrão baixa seis centavos, caindo para R$ 1,0426 o litro. Já o leite abaixo do padrão cai cinco centavos, ficando em R$ 0,9478 por litro.

Conforme o presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), Ademar Maximiliano Zimmer, as importações brasileiras de leite em pó provenientes do Mercosul ganharam força nos últimos meses e estão prejudicando a pecuária leiteira nacional.

O volume mensal de importação está próximo a 25 mil toneladas, o que equivale a 250 milhões de litros, ou seja, 8,3 milhões de litros de leite entrando no país diariamente, vindo principalmente, do Uruguai.

A intenção da Faesc é firmar acordo com o Uruguai limitando os volumes importados, como foi pactuado com a Argentina, que está habilitada a enviar 3,6 mil toneladas de leite em pó por mês ao Brasil.

A Federação também pretende pedir a revogação da Instrução Normativa 26 do Ministério da Agricultura, para diminuir o impacto do leite em pó uruguaio na balança comercial brasileira.

Além da importação a demanda por derivados lácteos também está retraída pela perda do poder de compra de consumidores, em virtude da atual crise econômica.

Produção

Santa Catarina é o quinto produtor nacional de leite, gerando 2,8 bilhões de litros ao ano.

O Oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80 mil produtores de leite geral 7,4 milhões de litros por dia. Destes, 60 mil são produtores comerciais.