INDÚSTRIA
SC tem a segunda indústria mais competitiva do País
25/05/2022 16:30:00
Santa Catarina tem a segunda indústria mais competitiva do Brasil.
O estado fica atrás apenas de São Paulo.
Os dados são mostrados no Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense.
A publicação inédita do Observatório FIESC foi lançada no Fórum Reinventa-SC, que a Federação das Indústrias (FIESC) promoveu nesta quarta-feira (25), Dia da Indústria.
A data também marca o 72° aniversário da entidade.
No encontro virtual, os painelistas destacaram que o estado deve aproveitar as mudanças na geografia da produção e ampliar o protagonismo na cadeia de insumos internacionais.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, disse que Santa Catarina é um estado empreendedor, com uma indústria diversificada que pode ser uma alternativa de produção para substituir parte dos insumos que vêm da Ásia, por exemplo:
“A pandemia abriu os olhos do mundo e mostrou que a dependência é prejudicial e perigosa para a soberania dos países".
"Em Santa Catarina temos infraestrutura portuária e uma cultura de internacionalização. Então podemos fomentar a nossa indústria local e também produzir insumos para outros países”.
Na opinião do presidente da Whirlpool Latin America, João Carlos Brega, a crise vai fazer com que toda a cadeia de fornecimento seja revista:
“Não vão desaparecer as importações do Oriente, mas, com certeza, haverá um balanceamento entre a distribuição dos fornecedores".
"Falo de causa própria, da Whirlpool, mas também de outras empresas que estão revendo a localização geográfica dos seus fornecedores, tentando buscar um equilíbrio”.
Na visão dele, esse cenário abre espaço para novos investimentos em capacidade de produção, e o Brasil e Santa Catarina têm grandes oportunidades para receber investimentos:
“Nessa nova fase podemos apresentar o estado para os potenciais investidores e nos colocarmos em posição ainda mais relevante no país”.
Na mesma linha, o diretor-executivo de agro e sustentabilidade da Seara Alimentos (JBS Foods), José Antonio Ribas Junior, salientou que o Brasil deve ocupar um espaço de protagonismo no mundo:
“Temos todos os requisitos para atender à demanda de alimentos mundial, com uma indústria muito competente”.
Em sua apresentação, ele chamou a atenção para as mudanças na área:
“O mundo olhou mais para a segurança dos alimentos. A nova geração que está chegando no mercado consumidor vem com novos paradigmas e com um olhar diferente sobre o significado da produção de alimentos, como o bem-estar animal".
"Tivemos que rapidamente nos reinventar, acelerar alguns processos de mudança e ampliar os investimentos em tecnologia”.
O mediador do Fórum, Fábio Nazário, sócio-líder do BTG Pactual, disse que muitas empresas catarinenses são multinacionais de classe mundial:
“São companhias que têm forte presença internacional, mas com o DNA de Santa Catarina embutido nas suas unidades produtivas. O estado sempre teve índices de desempenho acima da média brasileira, com companhias capitalizadas".
No encontro, o diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, explicou que em maio de 2020, no início da pandemia, a entidade lançou o Programa Travessia, iniciativa que trouxe propostas para auxiliar as empresas a atravessar o momento de crise:
“O Travessia concluiu a sua etapa de planejamento e desenvolvimento e, agora, passa a se chamar Reinventa-SC".
“O objetivo é buscar patamares cada vez mais elevados de desenvolvimento da indústria. Há programas mobilizadores que já se iniciaram em setores como madeira e móveis, alimentos e bebidas, têxtil e vestuário e metalmecânico".
“O Reinventa-SC está à disposição de todos. Queremos montar uma grande comunidade de mais de mil empresas para promover esse salto na indústria catarinense”.
O diretor de negócios digitais da WEG, Carlos Grillo, relatou a experiência de reinvenção da companhia na criação de novos produtos e de soluções para a saúde:
“A capacidade que os líderes têm de aprender de forma constante, a chamada long life learning, é fundamental nesse processo”.
“A digitalização é um meio de alcançar essa eficiência. Percebo que a indústria precisa disso e, muitas vezes, não sabe por onde começar, principalmente, as menores".
"A digitalização é um elemento que vai ajudar nesse processo de reinvenção. Além disso, há um gap muito grande no interesse dos jovens em seguir carreiras STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática)”.
Na Tupy, a jornada de evolução desde a sua fundação, em 1938, inclui a implantação de uma escola técnica da empresa, a criação de um centro de pesquisa e o processo de internacionalização dos negócios. Para Fernando Cestari de Rizzo, CEO da companhia, ao analisar essa linha do tempo da Tupy, um elemento se destaca: o conhecimento:
“Temos duas grandes áreas: de transformação digital, porque nossas fábricas são muito grandes; e de inovação, na qual lançamos em 2021 uma aceleradora de startups, a ShiftT”.
Rizzo falou também da ampliação de fornecimento ao setor marítimo, que ocorre por conta da recente aquisição da MWM:
“Seremos fornecedores de sistemas de propulsão marítima, que vão de 150 a 2.500 HPs, ou para geração de eletricidade embarcada, com equipamentos produzidos no Brasil”.
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