Brasil ocupa a antepen�ltima posi��o em Ranking Mundial de Competitividade

09/06/2017 12:15:00

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Brasil ocupa a antepenltima posio em Ranking Mundial de Competitividade

O Brasil ocupa a 61ª colocação dentre as 63 nações mapeadas pelo Índice de Competitividade Mundial 2017 (World Competitiveness Yearbook – WCY), divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD), com sede na Suíça, e pela Fundação Dom Cabral (FDC). O país caiu quatro posições em relação ao ano passado.

O resultado consolida uma tendência gradativa de perda de espaço no cenário competitivo internacional. Em sete anos, o Brasil perdeu 23 posições no relatório global do IMD. O estudo é publicado desde 1989 pelo IMD e, no Brasil, conta com a parceria da FDC. Depois de atingir sua melhor posição em 2010 (38º lugar) o Brasil figura agora como um dos países menos competitivos do mundo, ao lado de Ucrânia (60ª), Mongólia (62ª) e Venezuela (63ª), nas últimas posições.

No topo do ranking, Hong Kong lidera pelo segundo ano consecutivo, seguido por Suíça e Cingapura, que ao subir uma posição, levou os EUA a sair das três primeiras posições pela primeira vez na década. Para o professor Arturo Bris, diretor do Centro Mundial de Competitividade do IMD, os indicadores de Hong Kong, Cingapura e Suíça que mais tiveram destaque estão relacionados à eficiência do governo e dos negócios e à produtividade. "Esses países mantiveram um ambiente favorável às empresas, e incentivam a produtividade. A China, por exemplo, teve melhorias em diversos fatores atribuídas à sua dedicação ao comércio internacional. Isso continua a impulsionar a economia e a melhoria da eficiência do governo e dos negócios", afirma.

Brasil em 2017: crise e necessidade de reformas

O Brasil obteve, em 2017, 55.829 pontos no índice agregado de competitividade, o que representa um avanço de 4.153 pontos em relação a 2016. O aumento, entretanto, foi insuficiente para gerar avanços no ranking geral.

 “Em comparação a 2010, ano em que ocupou a sua melhor posição (38ª), o Brasil apresentou uma perda de aproximadamente 10% em competitividade. A queda apresentada em 2017 não é apenas relativa, mas também absoluta se observada no longo prazo”, explica um dos autores do estudo, o professor Carlos Arruda, da FDC.

"O Brasil precisa de cuidados”, alerta Arruda. “Mas em um contexto político abalado e extremamente incerto, é um desafio mover pessoas e recursos em prol de um projeto de nação. Sob um olhar crítico, temos uma carga de entraves históricos aliada a uma nova carga política e institucional cujo resultado ameaça, como em 1980, encaminhar a economia brasileira para uma década perdida. Este relatório tem por objetivo discutir condições de reverter esse cenário”, completa.

Desempenho Econômico

O fator desempenho econômico vem apresentando pioras gradativas desde 2011. Atualmente, a 59a posição é justificada por perdas em praticamente todos os subfatores.

“O subfator emprego também gerou perdas ímpares para a competitividade brasileira. A queda de 23 posições é explicada devido ao aumento do desemprego – que foi do 27º para o 50º lugar – com um valor de 12,43% da população economicamente ativa. Ainda assim, o Brasil ainda mantém um bom índice de empregados e figura em quinto lugar devido ao tamanho do mercado de trabalho em termos absolutos”, explica o professor Carlos Arruda.

Eficiência do Governo

O fator eficiência do governo vem apresentando pioras constantes desde 2009 e chegou em último lugar em 2016. Com a entrada de dois países no ranking, o Brasil foi rebaixado para a 62ª posição e a Venezuela para 63ª. Dentre os cinco subfatores, todos registraram queda no ano de 2017.

Infraestrutura

O fator infraestrutura apresentou uma relevante queda de cinco posições (51a). Este fator passou por várias oscilações ao longo do tempo. Com uma tendência negativa até 2011 – com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 – houve uma melhora de seis posições em 2012, reflexo do aumento dos investimentos, principalmente na infraestrutura básica. No entanto, o país voltou a perder competitividade neste fator no período entre 2013 e 2015, com o desaquecimento da economia.

Sobre a Fundação Dom Cabral

A Fundação Dom Cabral é uma escola de negócios brasileira que há 40 anos tem a missão de contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade, por meio da educação, capacitação e desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos.

Circulam anualmente pelos seus programas abertos, fechados, de parcerias e de pós-graduação (especialização, MBA e mestrado) quase 30 mil executivos de empresas e organizações de pequeno, médio e grande porte do Brasil e de vários países, por meio de suas unidades próprias em Nova Lima, Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), e por meio de seus 25 associados regionais, presentes em quase todos os Estados do país. No campo social, a FDC desenvolve iniciativas de desenvolvimento, capacitação e consolidação de projetos, líderes e organizações sociais, contribuindo para o fortalecimento e o alcance dos resultados pretendidos por essas entidades.