Nanotecnologia cresce na pauta de exporta��es de Santa Catarina

05/10/2018 12:00:00

Em Florian�polis, workshop abordou o tema com diversas empresas e entidades

Nanotecnologia cresce na pauta de exportaes de Santa Catarina

Fabricante de nanopartículas com propriedades funcionais para tecidos, cosméticos, alimentos e materiais diversos, a Nanovetores, de Florianópolis, obteve um crescimento de exportações na ordem de 300% no último ano.

Essas partículas, praticamente invisíveis a olho nu, podem ser aplicadas, por exemplo, a tecidos que passam a ter a capacidade de repelir mosquitos ou hidratantes.

A Nanovetores, a Cetarch (de Criciúma, que aplica nanotecnologia à cerâmica) e Extratos da Terra (de Palhoça, que aplica nanotecnologia em produtos cosméticos) foram os três cases apresentados nesta quinta, dia 4, no Workshop Nanotecnologia para a Indústria.

O evento faz parte do programa homônimo, mantido em parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e as federações de indústria, como a Fiesc.

A nanotecnologia consiste em produtos extremamente minúsculos, correspondente a milionésimos de milímetros, numa proporção do tamanho de uma laranja, na comparação com a do planeta, destaca o diretor de desenvolvimento institucional e industrial da Fiesc, Carlos Henrique Ramos Fonseca:

"A nanotecnologia abre uma gama de oportunidades para a miniaturização de componentes e apresenta um amplo potencial de aplicação em importantes setores industriais. É, portanto, uma oportunidade de diferenciação que precisa ser considerada pelo nosso setor produtivo”.

Ele citou exemplos dessas tecnologias que estão em desenvolvimento em SC com o apoio do Senai.

No segmento de tecnologia da informação e da comunicação, sistemas embarcados estão sendo integrados com nanosensores e nanoatuadores produzidos a partir de nanomateriais.

Na área de meio ambiente estão sendo aplicadas nanopartículas para tratamento de águas e efluentes, solos, resíduos e emissões atmosféricas.

No setor de alimentos e bebidas, especialistas do Senai criam produtos saudáveis com nanocompostos e ingredientes ativos nanoencapsulados. Na área de cerâmica são adicionados nanopartículas para otimização de materiais.

No setor metalmecânico e metalúrgico é realizado tratamento de superfícies com nanomateriais. Na área têxtil e de confecção são desenvolvidos fios e tecidos inteligentes com nanopartículas.

Fonseca destacou ainda estudo do Observatório Fiesc que aponta os setores de tecnologia da informação e comunicação (TIC), robótica & automação, biotecnologia, sustentabilidade e novos materiais como os com maior potencialidade de conexão à nanotecnologia:

“De forma convergente, essas atividades impulsionarão o movimento nacional da manufatura avançada, mais conhecida no Brasil como Indústria 4.0”.

O analista de políticas e indústria da CNI, Cristiano Silva, disse que a parceria da entidade com a ABDI como forma de estimular o desenvolvimento de nanotecnologia na indústria nacional:

“Há muito o que se fazer, inclusive fortalecendo a cooperação com a academia”, disse. “A nanotecnologia tem melhorado o desempenho de diversos setores industriais, que é uma das chaves para o desenvolvimento do setor”.

Especialista em nanotecnologia, biotecnologia e saúde da ABDI, Clelia Guimarães entende que a nanotecnologia estabelece um novo paradigma para o Brasil se espelhar.

Ela citou que o Programa Nanotecnologia para a Indústria já realizou ações em duas dezenas de organizações do setor.

Ao final, representantes do BNDES, BRDE, Badesc, Finep, Senai/SC e IEL/SC participaram de painel que tratou de financiamento para a nanotecnologia.