Uma pesquisa sobre o perfil de uso de internet realizada pela Neotriad – especialista em sistemas de produtividade e gestão de equipes – e a OSTEC – especialista em segurança virtual – mostrou que 94% dos gestores acreditam que seus colaboradores utilizam a rede corporativa para navegar em sites não relacionados ao trabalho.

Desses, 77% indicam as redes sociais como sites mais acessados.

O levantamento ouviu, em todo o Brasil, diretores, analistas, gerentes, técnicos, supervisores, auxiliares e estagiários. O objetivo da análise é conhecer as opiniões dos gestores e funcionários sobre o uso da internet no ambiente de trabalho e, diante dos problemas apontados, propor ações capazes de garantir o aumento da produtividade e eficiência no dia a dia.

As respostas dos colaboradores, no entanto, divergem às declarações dos gestores: 37% dos funcionários disseram que não têm costume de acessar sites não relacionados ao trabalho durante o expediente; e a maioria dos que admitem fazê-lo (65%) aponta os canais de notícias como os mais visitados. Segundo Cassio Brodbeck, CEO da OSTEC, empresa especializada em segurança virtual,

“Isso é comum em ambientes onde os gestores não possuem visibilidade sobre o uso da internet, e portanto, não podem direcionar os esforços para o controle adequado”.

Para 54% dos líderes, esse comportamento impacta negativamente na produtividade dos colaboradores. Os que veem a atitude de maneira positiva representam 26%. Para eles, as “fugas” deixam os profissionais mais motivados e, consequentemente, os fazem produzir mais.

De acordo com Christian Barbosa, CEO da Neotriad e especialista em administração de tempo e produtividade, o hábito pode até melhorar o desempenho do funcionário, mas requer cuidados.

“É importante que, esporadicamente, façamos algumas pausas nas atividades. Isso ajuda a espairecer as ideias para retomar as tarefas com mais disposição”, explica. “Mas as redes sociais não podem consumir horas do expediente, pois o excesso prejudica a execução, atrasa as atividades, aumenta a correria e a sensação de atraso”, afirma o especialista.

A pesquisa também levantou a opinião dos funcionários sobre a qualidade da internet disponibilizada nas empresas. O resultado foi positivo: 48% dos entrevistados avaliou como “boa” e 24% como “excelente”, enquanto 23% consideraram a conexão “regular” e 5% “péssima”.

A análise ainda questionou os gestores a respeito das ações que mais afetam o desempenho das pessoas nas corporações. Foram citados: falta de planejamento (32%), falta de prioridades claras (19%), ausência de um modelo/sistema de produtividade para a equipe (13%), despreparo dos funcionários (9%), perda de tempo com atividades desnecessárias (9%), gestão ineficiente da equipe e/ou projetos (8%), liderança ineficiente (3,5%), gestão centralizadora (3,5%) e excesso de reuniões (3%).

Os modelos de gerenciamento das atividades das equipes também foram avaliados; e, nesse quesito, levantou-se um dado crítico: 30% das empresas não têm um modelo de gestão definido e, em outros 30%, cada funcionário define suas próprias atividades dentro da sua função.

Para Christian Barbosa, adotar uma metodologia de gestão de tempo é fundamental, e o líder deve buscar recursos.

“Algumas ferramentas ajudam a delegar tarefas de forma mais eficiente e viabilizam a organização do trabalho, o que permite a discussão de prioridades reais e possibilita o mapeamento de indicadores”, diz Christian. 

“Ao visualizar tudo o que está acontecendo ao longo de um período, o gestor consegue ter mais liderança em suas mãos e, consequentemente, a performance da equipe melhora, pois os profissionais aprendem a gerenciar melhor suas atividades”, explica o especialista.