SC ​tem maior n�mero de empresas irregulares​ no Sul

06/10/2017 11:30:00

Pesquisa aponta 85% das empresas com alguma irregularidade e mais de 200 mil CNPJs ​"​zumbis​"​

SC ​tem maior nmero de empresas irregulares​ no Sul

Se o empreendedorismo é o motor da economia, as distorções na burocracia deixam tudo congestionado. Com o intuito de investigar a raiz do problema de congestionamento enfrentado pelos empreendedores no Brasil, conhecido por bater recordes nos rankings mundiais, a Endeavor acaba de lançar a pesquisa “Burocracia no Ciclo de Vida das Empresas”.

No que diz respeito ao impacto da burocracia, chamam a atenção os 3,7 milhões de CNPJs “zumbis”, revelados pelo estudo. São CNPJs ativos na Receita Federal, porém sem atividade efetiva, que representam quase 20% do total, e que podem ser um indicativo da dificuldade enfrentada para se fechar uma empresa no Brasil.

 

​SANTA CATARINA​

A pesquisa aponta que, embora o fechamento pareça simples, por envolver poucos processos, pode se tornar um pesadelo para negócios com problemas de saúde tributária, algo que é comum no Brasil. Santa Catarina representa 1,18% dos CNPJs zumbis existentes no país: sendo, das três capitais do Sul do Brasil, o estado com menor número de CNPJs Zumbis, mas perde para estados como Minas Gerais e Pernambuco (com 12 mil e 2,8 mil CNPJs "Zumbis", respectivamente).

 

De acordo com outros dados levantados, 86% das empresas brasileiras operam hoje com alguma irregularidade. Sendo que do total de empresas catarinenses analisadas, 85% operam com alguma falta de regularidade - no Rio Grande do Sul e Paraná, as porcentagens estão entre 84%.

Dentre os escritórios brasileiros de advocacia e contabilidade brasileiros, que são os que deveriam conseguir lidar melhor com a burocracia, essa taxa é de 80% e 88%, respectivamente. O dado assusta, mas parece fazer sentido quando se analisam números como o de atualizações tributárias, que podem chegar a 558 em quatro anos, no caso do ICMS - ou seja, cerca de uma atualização a cada três dias.

Além da mudança constante na legislação dos impostos, as empresas precisam cumprir uma série de obrigações acessórias para comprovar ao Fisco que o pagamento e as exigências legais estão sendo feitos da forma correta. Para cumprir as obrigações acessórias municipais, que são relacionadas ao ISS, uma empresa optante pelo Simples Nacional precisa preencher, na média, 24 fichas de informações complementares para fiscalização. No caso das estaduais, que dizem respeito ao ICMS, são necessárias, em média, outras 24 fichas. Qualquer deslize no cumprimento das obrigações pode gerar multas e irregularidades para os empreendedores.

Pensando nisso, o estudo se desdobrou em ações como o mapa inédito dos processos que precisam ser navegados para se abrir e fechar um negócio no Brasil, que pode ser acessado neste link.

“As tecnologias disponíveis hoje podem simplificar e deixar os processos mais rápidos e seguros. Ainda assim, muitos gargalos podem ser resolvidos com ações simples, é preciso que  gestores públicos abracem a causa”, comenta Guilherme Lopes, líder da Endeavor em Santa Catarina. “Sem ter que se preocupar com os entraves gerados pela burocracia o empreendedor pode investir mais tempo no sucesso do seu negócio”, completa.

Conheça algumas das ações sugeridas pelos entrevistados:

  • Padronizar e melhorar o fluxo de informações e de comunicação sobre quais os processos e os dados necessários em cada etapa que o empreendedor precisa percorrer;

  • Mapear e redesenhar processos e fluxos com vistas a racionalizar procedimentos, tornando o processo mais célere;

  • Priorizar a confiança na autodeclaração do empreendedor;

  • Melhorar as condições físicas (equipamentos, mobiliário, etc) nos órgãos públicos para aumentar a produtividade dos servidores;

  • Treinar e qualificar os servidores e melhorar a alocação de talentos para tratamento com o  público;

  • Aplicar nos órgãos e secretarias sistemas e softwares integrados e com capacidade de processamento de grande volume de informações;

  • Instituir o cadastro fiscal único da pessoa jurídica;

  • Compilar, analisar e revogar as regras tributárias contraditórias;

  • Simplificar e automatizar as cobranças tributárias, valendo-se de Guia Única.

Para baixar o relatório da pesquisa e conferir todos os resultados, clique aqui.