Legisla��o brasileira n�o assegura prote��o de dados pessoais
07/05/2018 07:00:00
Advogada Andrea Willemin diz que Brasil deveria se inspirar em leis da Europa
O Brasil tem muito que avançar na proteção de dados pessoais.
Mesmo o Marco Civil da Internet recentemente aprovado não contempla essa preocupação.
A avaliação é da advogada Andrea Willemin, sócia do escritório de advocacia empresarial Cavallazzi, Andrey, Restanho & Araujo Advocacia.
Doutoranda em Ciência da Informação e Tecnologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ela é mestre em Direito da Sociedade de Informação e Propriedade Intelectual pela UFSC e especialista em Segurança da Informação e Proteção de Dados.
A advogada atua em Compliance e Gestão Estratégica de Tecnologia e Segurança da Informação, além de licitações e contratos administrativos e direito aeroportuário.
VISÃO EUROPEIA
Andrea tem graduação pela Université de Neuchâtel (Suíça), é economista formada pela Université de Savois (França) e Université Genève (Suíça), e possui Executive MBA Université de Genève.
Durante o período em que morou na Suíça, lecionou como na cadeira de Proteção de Dados, atividade na qual é especialista.
Andrea explica que a segurança de dados pessoais é um dos assuntos mais preocupantes no momento na Europa.
A partir de maio, qualquer empresa com atuação nos 28 estados-membros da União Europeia (UE) estarão sujeitas à GDPR (General Data Protection Regulation), legislação criada em 2016 para garantir a proteção dos dados dos cidadãos.
As empresas tiveram dois anos para se adaptar às novas regras.
Andrea destaca que a não observância dos critérios previstos na lei poderá resultar em sanções como a proibição de atuar em território europeu:
“A iniciativa garantirá que as pessoas que vivem na UE tenham total controle sobre suas informações pessoais. O cidadão europeu ou o residente terá direito de saber como seus dados estão armazenados. Terá também além do direito ao esquecimento, podendo requerer o apagamento dessas informações”.
A advogada destaca que em toda a Europa a legislação anterior já era bem rígida quanto à proteção de dados pessoais. Com a GDPR a proteção tornou-se mais rígida, sendo adaptada às novas necessidades e demandas da sociedade.
BRASIL TEM LEGISLAÇÃO DEFICIENTE
Andrea Willemin afirma que as informações pessoais se transformaram num ativo valioso, disputado por empresas privadas e organizações políticas de todas as matizes:
“Mesmo com os últimos avanços, ainda estamos longe de ter segurança quando o assunto é informações pessoais no controle do mercado e dos governos no Brasil. O nosso Marco Civil da Internet, por exemplo, não cuida da proteção de dados dos brasileiros dessa forma. Na Europa, diferentes órgãos do Estado somente compartilham informações pessoais entre si a partir de uma determinação judicial”.
A advogada também destaca que na Europa não é possível montar rankings de bons ou maus pagadores como acontece no Brasil:
“Na Europa há o entendimento de que os dados financeiros de uma pessoa são sigilosos. O único a ter acesso a eles é o governo para questões tributárias. No Brasil, o CPF foi criado com essa finalidade fiscal, mas ele foi banalizado. A partir do CPF de uma pessoa, toda a sua vida financeira e patrimonial pode ser levantada de forma indiscriminada”.
Pabst & Hadlich - Advocacia empresarial
Service Contabilidade - Assessoria contábil e fiscal
Incofios - Tecnologia e inovação em fio de algodão Penteado e Open End
Weko - Equipamentos e soluções para impressão digital
Fenainfo - Federação Nacional das Empresas de Informática